A Vindima

Nos primeiros dias de Primavera, as vinhas começam a rebentar iniciando-se então a interminável azafama que só abranda quando o ultimo tonel dá entrada nos Entrepostos de Vila Nova de Gaia.

A vinha de onde brota este tão fino néctar é cultivada com minuciosos cuidados nos terrenos secos, ricos em potássio, onde a uva amadurece sob o calor escaldante que assola no vale do Douro desde a Primavera.

O cultivo da vinha é feito então em linhas que acompanham as curvas de nível, respeitando o distanciamento de 1,30 x 1,10metros.

 

A plantação tem lugar no fim do Inverno ou principio da Primavera após a preparação do terreno, fazendo-se a enxertia de fenda cheia, um ou dois anos depois.

As videiras são plantadas nas encostas, como referi, mais ou menos íngremes, dando o aspecto de anfiteatro admirando e mirando-se nas aguas rápidas do Douro, que corre incessante para a foz.

No começo do Outono vêm das aldeias serranas de Trás-os-Montes e da Beira os «rogos» para a faina penosa sob um calor escaldante. Os «rogos» são

ranchos de vindimados que vão enchendo as pipas e simultaneamente  enchem aquele lugar taciturno de cantares, danças e vida.

A época das vindimas significa trabalho árduo que muitas vezes é compensado por festas e tradições populares.

As vinhas plantadas em socalcos e terraços nas encostas montanhosas do vale do Douro, estendem-se por 250 mil hectares desde a Régua até Barca d’Alva abrangendo 4 distritos, 21 concelhos e 170 freguesias que se dividem em três partes: o Baixo Corgo, o Cima Corgo e o Douro superior